Aula 2: Equipamentos Básicos de Iluminação
Para começar a falar em luz artificial, precisamos dividir em duas categorias: existe o que chamamos de luz contínua, ou seja, você liga a luz e ela fica lá ligada, de maneira contínua. E o flash luminoso, que só é disparado quando acionamos algum mecanismo para que ela acenda, tendo aí um “relâmpago” de curta duração.
Dentro da linha de luz contínua podemos citar o cinema e toda e qualquer gravação, filme, etc que necessita que o ambiente seja iluminado de forma consistente e prolongada. Nessa linha temos os mais variados tipos de luz que são aplicadas dentro desse ambiente. Luz de tungstênio, halógena, HMI, vapor de mercúrio entre outras e mais recentemente temos o LED (que quer dizer, Diodo Emissor de Luz) que são as luzes que estamos usando exatamente nesse momento pra gente gravar nosso curso.
Porém, nosso foco aqui é o uso de flash.
O flash é um aparelho que dispara energia em forma de luz no momento em que é acionado, em sincronia com a abertura do diafragma da lente e o obturador da câmera, iluminando o assunto durante um pequena fração de segundos.
Ele pode ser acionado através de um cabo conectando a câmera com o aparelho de flash ou através de rádio frequência.
Vamos falar especificamente de dois tipos de flash existentes em estúdio.
Existe o chamado flash compacto, ou monobloco, que é uma unidade de flash onde todos os componentes se concentram num mesmo bloco.
Existem também o chamado gerador, onde temos uma unidade com os componentes eletrônicos e painéis de controle e a luz onde se encontra o flash é conectado à parte através de um cabo, ficando então separados um do outro.
Mas OK, vamos entender quais vantagens e desvantagens desses dois tipos de flash. O flash compacto tem como principal vantagem o fato dele ser um monobloco, ou seja, tá tudo aqui, basta ligar na tomada ou até mesmo na bateria, uma vez que temos vários modelos a bateria e pronto. Só regular a potência e mandar ver. Porém uma grande desvantagem é seu peso, justamente porque tudo está dentro do bloco, são compactos mas são mais pesados porque todo o conjunto de capacitores estão alocados dentro dele.
O flash de gerador tem uma base, um bloco separado onde ficam os capacitores e os painéis para regulagem. Geralmente fica no chão, justamente por ser a parte pesada do flash e então se coloca via cabo a luz separadamente. Isso deixa a cabeça de flash em si mais leve, melhor para colocar em girafas ou em tripés mais altos, até porque todo o controle de potência fica no gerador que está no chão. No flash compacto, se você coloca ele numa altura muito grande, toda vez que tiver que modificar a potência você vai ter que subir numa escada ou então baixar o tripé para mexer nele. Tirando algumas marcas mais modernas que têm todo um controle via aplicativo por wifi, o restante não possui essa função e acaba se tornando um ponto contra.
Acessórios: São todo e qualquer objeto que é colocado ou acoplado ao flash para modificá-lo, tornando a luz mais difusa, ou concentrada, mudando suas características ou formas antes de atingir o assunto, seja filtrando ou rebatendo.
Sombrinha prata. No formato de um guarda-chuva, esse acessório é um dos mais populares justamente por ser simples, prático, leve e barato. A sombrinha tem uma ótima função de espalhar a luz que é rebatida e volta para o assunto fotografado. Sua superfície prateada permite uma melhor reflexão da luz que é jogado contra ela. Quanto maior seu diâmetro, maior a quantidade de luz a ser espalhada e consequentemente mais suave.
Sombrinha branca. Mesma coisa que a sombrinha prata, porém por sua superfície ser branca a luz refletida é mais suave.
Algo muito comum aqui é usar um filtro difusor na frente da sombrinha amenizando ainda mais sua potência e deixando a luz ainda mais difusa e suave, minimizando o contraste da imagem.
Softbox. São como caixas de luz “suave”, como o próprio nome sugere. Tem geralmente o formato retangular podendo ser usado tanto verticalmente como horizontalmente, mas medidas quadradas também existem. Um softbox é composto por quatro lados, armados com varetas num anel de conexão que é encaixado no flash. A luz passa diretamente por duas camadas de difusão até atingir o assunto. Seu interior prateado permite que toda luz seja aproveitada e se torne homogênea quando sai após ser duplamente filtrada pelos difusores.
Octabox. Exatamente a mesma coisa do softbox porém com 8 lados, por isso se chama OCTA. É a forma geométrica mais simples que se aproxima de um círculo, gerando então uma luz suave mas de modelagem circular.
Refletores/Colméia. São acessórios de metal, rígidos e prateados conectados ao flash de forma direta. Esse tipo de acessório permite diminuir o ângulo de dispersão da luz e direcioná-las melhor para onde se quer. Algumas marcas trabalham o material interno de modo a ter uma melhor reflexão e concentração de luz. Já as colméias se chamam assim por se assemelhar às colméias de abelhas pelo seu formato. Elas são utilizadas para diminuir ainda mais o ângulo de dispersão da luz, geralmente vem em kit de 3 ângulos diferentes, mais aberta, média e mais fechada. Quanto mais fechada o ângulo da colméia e do refletor, mais concentrada a luz
Beauty Dish. Um beauty dish é um tipo de refletor que, por ser amplamente utilizado em fotos de beauty/beleza, acabou recebendo esse nome. É um refletor duplo onde a luz é refletida primeiramente por um pequeno disco central que retorna os raios de luz para o fundo e este volta novamente para o assunto fotografado. Essa “rebatida dupla” faz com que a luz se torne mais suave porém de maneira direcional. Existe o modelo de reflexão com superfície branca também, o que deixa a luz mais fraca e suave.
Snoot. É um acessório simples que tem por objetivo apenas concentrar mais a luz e deixar a saída menor. Existe ainda a possibilidade de se usar uma colméia na saída do snoot, diminuindo ainda mais seu ângulo de dispersão.
Rebatedores/Difusores. São comumente utilizados para amenizar sombras. Geralmente tem formato circular ou oval de acordo com seu tamanho. São apenas discos com tecidos branco, prata, preto ou dourado que tem por objetivos refletir a luz que atinge sua área, devolvendo uma luz refletida suave. Internamente tem um tecido difusor que pode ser usado para deixar a luz mais suave e difusa, espalhando, aumentando o ângulo de difusão ao invés de concentrar.
Filtros e Géis. São pedaços de acetato usados na frente da luz. Se forem filtros difusores, aumentarão o ângulo de dispersão da luz, deixando mais suave. Se for do tipo com cor, serve para corrigir ou criar efeitos de luz.
Temos filtros difusores dos mais variados tipos, com mais ou menos difusão.
Temos filtros de correção, chamados de CTO e CTB (Color Temperature Orange e Color Temperature Blue), são respectivamente alaranjados e azuis que servem para corrigir a temperatura de cor.
Temos os chamados filtros ND (Neutral Density) ou Densidade Neutra, que servem para diminuir a potência da fonte de luz.
Por final, temos os filtros de efeito, que podem ser coloridos ou que de alguma forma vão interferir no formato da luz.
Existem ainda inúmeros outros acessórios, mas seus usos são específicos e podem variar muito de marca para marca de flash.
Esses citados acima fazem parte do rol de acessórios presentes em todas as marcas de flash, das mais simples às mais sofisticadas, tanto marcas nacionais como internacionais. Portanto, não se apegue a marca, entenda como cada acessório trabalha e modifica a luz para que então você consiga ter o efeito desejado.
Cada acessório será demonstrado numa parede branca para que se consiga observar bem como a sua luz se concentra ou espalha, sua definição de sombra e contraste.
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